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Description
Chegou o Inverno

Vento gélido que soprou de norte e tomou conta de mim. Estação da morte que destrói em cada dia sombrio a rosa que cultivei. Cada pétala secou, soltou, caiu, morreu e não notei, não a pude proteger. Restam intactos os espinhos, mais ferozes que anseiam por me magoar se tento segurá-la...
Talvez um globo de vidro, como o que o menino de cabelos de ouro usava, teria protegido a minha rosa, mas não a sabia frágil, julguei que vencesse a maior tempestade. E hoje, em que o meu futuro e o seu se separam, revejo cada momento, fragmento estático. Um mundo uno de recordações, uma vida intensa que morre involuntariamente. Como se tentasse entrelaçar os dedos nos meus, mas não consigo chegar à tua mão próxima, por instantes.
Devia ter cuidado de ti, protegido dos leões, das correntes de ar e dos vulcões, mas... sou impotente perante o Inverno. Monstro invisível que toma o brilho da minha flor, cruel fantasma que não posso combater.
Ajoelho-me junto à rosa que jaz. Refugio-me num silêncio colerizado de cansaço e derrota, imune ao exterior. Ergo os olhos.
O céu negro de lágrimas inseguras rolarão daquela nuvem, mas ainda se agitam, lutam porque nenhuma quer anunciar o Inverno, nenhuma quer conhecer a morte. Cairá longe daquele que suspeita a tempestade, não verá a água dolorosa brotar na terra novas vidas.

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Chegou o Inverno

Vento gélido que soprou de norte e tomou conta de mim. Estação da morte que destrói em cada dia sombrio a rosa que cultivei. Cada pétala secou, soltou, caiu, morreu e não notei, não a pude proteger. Restam intactos os espinhos, mais ferozes que anseiam por me magoar se tento segurá-la...
Talvez um globo de vidro, como o que o menino de cabelos de ouro usava, teria protegido a minha rosa, mas não a sabia frágil, julguei que vencesse a maior tempestade. E hoje, em que o meu futuro e o seu se separam, revejo cada momento, fragmento estático. Um mundo uno de recordações, uma vida intensa que morre involuntariamente. Como se tentasse entrelaçar os dedos nos meus, mas não consigo chegar à tua mão próxima, por instantes.
Devia ter cuidado de ti, protegido dos leões, das correntes de ar e dos vulcões, mas... sou impotente perante o Inverno. Monstro invisível que toma o brilho da minha flor, cruel fantasma que não posso combater.
Ajoelho-me junto à rosa que jaz. Refugio-me num silêncio colerizado de cansaço e derrota, imune ao exterior. Ergo os olhos.
O céu negro de lágrimas inseguras rolarão daquela nuvem, mas ainda se agitam, lutam porque nenhuma quer anunciar o Inverno, nenhuma quer conhecer a morte. Cairá longe daquele que suspeita a tempestade, não verá a água dolorosa brotar na terra novas vidas.